Com a chegada dos meus avós maternos em nossa casa, acabaram-se as surras, meu avô era de descendência espanhola, tinha uma conduta severa, porém não gostava das surras que recebíamos.
Todas as vezes que já estávamos nas mãos de minha mãe, para o corretivo, meu avô levantava o tom de vóz com ela, isso a mobilizava, então os castigos de não poder fazer certas coisas, entrou para o convívio, vez ou outra quando meu avô não estava por perto, no auge de seu descontrole, dava bofetões em nosso rosto.
Começou também uma era, de mais fartura, meu avô utilizou o fundo do nosso quintal, para fazer uma horta grande, lembro-me que meu avô comprava pão de um padeiro que passava todos os dias de casa em casa e deixava o pão na janela .
As coisas começavam a melhorar .
Muitos meios eram utilizados para a busca de dinheiro, fazia geladinhos e vendia, as hortaliças quando estavam em época de colheitas eram oferecidas de casa em casa, e assim a vida ia caminhando sem muitos sacrifícios.
Meu avô tinha por mim, um cuidado demasiado, era bravo na maneira de ser, todos os netos tinham por ele certo medo, e por isso ficavam meio distantes, comigo era diferênte, quando me falava, sua vóz abrandava, o semblante duro suavizava-se, até dinheiro escondido me dava.
Com sua vinda, a vida tornou-se mais leve, e eu pude ser um pouco criança .