

Enquanto o ônibus desliza pela pista acetinada, olho pela janela observando o mato que cresce na beira do asfalto, sinto-me desconfortável dentro de mim mesma, como se tivesse perdendo algo, nunca me senti segura realmente, mas agora é como se estivesse jogada ao vento, sem eira nem beira .
Observo meu primo, sentado numa das poltronas, calculo sua idade, por volta dos 18 anos, fora a São Paulo especialmente para nos buscar, estávamos indo morar na casa da irmã de minha mãe , devido a separação de meus pais .
Através daí, nunca mais o veria, apenas haveria as constantes conversas ao pé do ouvido , dizendo que ele viria nos roubar ( meu irmão e eu) , para levar embora para Paraíba .
Havia sempre em meu coração medo que esse momento chegasse .
Chegamos na cidade que dali por diante seria nosso lar, fomos recepcionados pela irmã mais velha de minha mãe, era daquelas mulheres austeras, ligada a coisas da religião, levava a sério a responsabilidade dos cuidados da casa etc.
Na casa todos trabalhavam o tempo todo, os horários eram seguido militarmente .
Dentro das limitações infantis eu fiz amigos, e tentei viver independente do que eu não gostava .
Cresci ouvindo de minha mãe, que ela não agüentaria viver muito tempo pois era uma pessoa doente, mas que a família cuidaria de nós, meu irmão e eu, cresci em sobressaltos, frente as crises, temia ficar órfã .
Ao longo da minha adolescência ao conviver com tantas adversidades e situações problemáticas, explodia rebeldia dentro de mim, queria me libertar e não podia, era menor e não possuía autonomia nem nas escolhas de minhas roupas .
Pensamento Positivo: Conhecimento de lugares e pessoas,na convivencia aprende-se a sobreviver entre costumes e conceitos .
O trabalho entra na veia, e você aprende que é o caminho para a lbertação .
Houve separação instantanea durante o crescimento da vida real e dramatização .
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